Reuniões de Pais


A interacção entre Jardim de Infância e Família leva à acção educativa individualizada


No Jardim de infância o processo de ensino e aprendizagem não pode ser encarado como um processo abstracto que se aplica indiferentemente a todas as crianças. A interacção entre os vários grupos sociais e sobretudo a família, leva o profissional de educação à análise e reflexão da sua própria prática.

A colaboração tem que ser procurada, primeiro, pelo profissional. Como elemento de um sistema complexo o educador tem que tomar consciência dos vários papeis que tem que desempenhar e que se interpenetram, influenciando-se mutuamente.

A interacção entre os vários grupos sociais é influenciada por relações que exigem do educador estar dentro e fora das instituição escolar. Este estar fora, utilizando várias estratégias, é a facilitação que levará à integração da família no sistema educativo.

É verdade que a família é o núcleo central da aprendizagem sócio-afectiva . A família tem que permanecer disponível para dar à criança a possibilidade de regressar em qualquer momento ao seu seio e obter as seguranças de que necessita ao longo do seu crescimento. Esta razão mais não do que o reforço da ideia de que actualmente é inevitável o processo que converte a família em membro da organização escolar.

A “comunicação livre” entre o Jardim de Infância e a família não exclui a planificação. Sistematizar e planificar os contactos com a família é defender que o “saber” do existe e que o equipamento do educando não se torna um “mundo fechado” dentro de uma comunidade, mas que se recria um espaço social que integre para além de outros grupos, sobretudo a família, permitindo e compreendendo o desempenho de diferentes papeis contribuindo para o desenvolvimento social.

O acto de comunicação é algo implícito ao ser humano mas é um acto sobre o qual se tem que reflectir e aprofundar enquanto técnica. Em qualquer “modelo” pedagógico os contactos com os pais devidamente planificados e formalizados são um complemento indispensável à acção educativa e ao sucesso do processo de ensino e aprendizagem. Quando o educador está devidamente documentado e preparado de forma a fazer um eficaz planeamento dos contactos com os pais é a criança que fica a ganhar.

Perguntas-chave a que devo tentar responder andes de planificar interacções com os pais


- Sabemos e queremos estabelecer realmente a comunicação?

- Quando estabeleço a comunicação há coerência entre os meus objectivos e as minhas motivações?

- Sou coerente com aquilo que penso ir dizer?

- Qual a importância da informação a emitir?

- Será que a minha mensagem não é ambígua?

- Qual o impacto afectivo da minha mensagem?

- Reconheço e aceito o meio sociocultural dos pais com quem estabeleço contacto?

- O conteúdo e o estilo serão os mais apropriados?

- O modo de me exprimir e a minha dicção facilitarão a escuta?

- Os pais estão em condições de me ouvir e descodificar a mensagem?

- É o melhor momento para eu estabelecer o contacto?

- Momento e conteúdos estão em consonância?


Algumas atitudes a ter em conta nos contactos com os pais


Sinceridade – a reunião pertence sobretudo aos pais, mas também ao educador. Diga o que pensa, as ideias do educador são importantes mas têm o mesmo valor que as ideias dos pais, isto é, à partida e, para que o diálogo resulte, todas as ideias são importantes.

Ouvir cuidadosamente – procure compreender os pais, mesmo que discorde do que estão a dizer, procure compreender quais os motivos que os levam a fazer determinada afirmação.

Não interrompa – embora seja o técnico não monopolize a reunião, os pais têm sempre coisas interessantes a dizer.

Não deixe monopolizar – existem pais com tendência a monopolizar as reuniões, encontre estratégias para que isso não aconteça. Implique todo o grupo, encaminhe a discussão para coisas que têm realmente interesse, se a discussão esmorecer “provoque” de modo a despertar o interesse.

Não fuja da discussão – não fique calado, apático ou indiferente, se não entender alguma coisa pergunte. Formule as suas ideias e esteja aberto às dúvidas dos outros.

Se discordar de alguma coisa diga – faça-o com naturalidade, sem ênfase, com bom humor.

Não adie observações – fale logo que sentir a necessidade de esclarecer algum ponto.

Generalize os casos – elabore o seu discursos de modo a não particularizar factos que se tenham passado com as crianças, não nomeie nenhuma em particular.

Favoreça a participação – chame, de modo surreptício, ao diálogo os pais que por razões várias menos participam.

Não escolha para si um lugar de destaque – evite falar de pé de preferência misture-se com os pais.

Estruture o espaço de modo a facilitar o diálogo – o modo como dispõe o espaço pode favorecer ou coarctar o diálogo.

Tenha em atenção o código linguístico – tenha em atenção o nível sócio-cultural dos pais. Não se demita do seu papel de técnico mas também não se esqueça de “desmontar” certos termos ou conceitos.
Documentos feitos por mim para reuniões de pais
BOAS REUNIÕES DE INICIO DE ANO!!!

6 comentários:

Anónimo disse...

Ola Isabel..nao posso deixar de comentar este artigo sobre as reunioes de pais,visto ser uma coisa que me assusta imenso..tenho muito medo de nao ser capaz de as fazer. Este ano sou estagiaria finalista e, como tal, ja faço parte da equipa pedagogica da sala e terei obrigatoriamente que estar presente e falar na reuniao..confesso que é uma situaçaa que me assusta muito,tenho medo de bloquear e de nao conseguir dizer nada de jeito...:(Espero que tudo corra pelo melhor..
Bjinhus e Bom Ano..

disse...

Isabel Cunha...é natural sentires receio....a palavra-chave é confiança....Se confiares nas tuas capacidades vais conmseguir preparar optimas reuniões de pais! FORÇA !!

Anónimo disse...

Boa tarde! Eu sou educadora recém licenciada, vou começar o estágo profissional agora numa sala em principio de crianças de 1 ano. Vi o seu blog e gostei muito. Quanto às reuniões é um assunto que agora inicialmente me assusta um pouco, pois ainda não tenho muita experiencia. Gostava de conseguir ver os documentos, mas não consegui abri-los. Será que me pode enviar para o e-mail? anadasilva21@gmail.com
Agora a iniciar sinto me um pouco nervosa e com receio, mas acho que é normal, de qualquer forma agradeço qualquer material que possa disponibilizar para trabalhar com criança do berçário. Obrigado
Beijinhos
Ana

ed_bercario disse...

Olá Bé!
Sou Educadora de um berçario (dos 4 aos 12 meses) e irei fazer a minha primeira reuniao de pais para o próximo mês. Como nao consegui descarregar os seus panfletos,será que mos podia enviar para o meu mail?
Se tiver algum material para esta faixa etária também lhe ficaria muito grata, visto ser o meu primeiro ano com estas idades ando um bocadinho perdida.
O meu mail é: ed_bercario@sapo.pt.
Obrigada,
Elsa

Unknown disse...

oi também sou Educadora ,mas da sala dos ttrês anos e gostava também de ver os teus documentos sobre as reuniões de pais mas não consegui.
Agredecia se mos pudesses enviar para elisetecosta82@gmail.com
obrigada

isabel barbosa disse...

Olá Bé, primeiro gostava de desejar mais um excelente ano lectivo. Visto que em breve irei fazer a 1.ª reunião de Pais, gostava de ver os seus exemplares e comparar com as temáticas que irei abordar. Será que me poderia enviar por email - isabelmbarbosa@sapo.pt